sexta-feira, 29 de maio de 2009

Manuela Moura Guedes sob mira


A Entidade Reguladora para a Comunicação Social reprovou a actuação da TVI considerando que o "Jornal Nacional" apresentado por Manuela Moura Guedes mistura factos e opinião.
Esta deliberação não tem quaisquer efeitos práticos, a não ser suscitar a discussão pública.
Soube-se agora também que o Conselho Deontológico dos Jornalistas recebeu as primeiras queixas contra o Jornal da TVI de sexta-feira.
O Conselho Deontológico deverá reunir-se hoje para tomar uma posição em relação a este caso em concreto, mas, também neste caso, o código não prevê a suspensão de funções por tempo determinado nem qualquer outra sanção que não a repreensão por escrito.
Assim sendo, o pior que poderá acontecer a Manuela Moura Guedes, será uma repreensão o que considero ser muito pouco para alguém que tem violado sistematicamente o código dos jornalistas não procurando ser isento na condução de um programa de informação.
Defendo, por isso, que a responsabilização pelas violações ao Código deontológico poderia ir mais longe, por forma a aumentar a credibilidade dos jornalistas e órgãos de comunicação social.

2 comentários:

Cagaréu disse...

O Conselho Deontológico já tomou uma decisão sobre o Jornal Nacional da TVI de sexta-feira e, tal como referi, não vai além de reprovar a atitude de Manuela Moura Guedes.

Deixo aqui os pontos que considero mais importantes:

- O Conselho Deontológico considera que um jornalista que desempenha funções de apresentador de um noticiário televisivo continua vinculado aos princípios éticos e deontológicos que norteiam o exercício da profissão. Nesse sentido, considera-se inaceitável que, para além de outros aspectos, na apresentação das notícias, o jornalista confunda factos e opiniões e se exima da responsabilidade de comentar as notícias com honestidade.

- Por isso, os apresentadores do serviço noticioso devem abster-se de introduzir apartes, comentários, expressões e recorrer à linguagem não oral, susceptíveis de conotarem e contaminarem o conteúdo informativo, comprometendo a própria isenção dos profissionais que, conjuntamente, trabalham naquele espaço de informação.

- Do mesmo modo, considera-se que os jornalistas não podem substituir a acutilância pela agressividade e devem, em nome do objectivo último de contribuir para um juízo final do público, permitir que os seus entrevistados expressem os seus pontos de vista com serenidade e não sejam apenas convidados a participar num espectáculo de enxovalho, em que eles são as vítimas.

- O Conselho Deontológico não pode deixar de reprovar o desempenho de Manuela Moura Guedes na condução do "Jornal Nacional – 6.ª feira" e concitar a própria e a direcção da TVI ao cumprimento dos valores éticos da profissão.

Anónimo disse...

Se até o Conselho Deontoligico viola as regras não fazendo «fiscalização», não me admira que nada venha a acontecer. É o que dá não existir Ordem dos Jornalistas.

Mas tem muita graça que tenha sito preciso serem feitas 5 queixas para o Conselho Deontológico ter dito alguma coisa. O problema não é a senhora fazer algo a que nem se deve chamar jornalismo... o problema é fazerem queixa. Porque se ninguém fizesse queixa o Conselho Deontólico assobiava para o ar e fazia de conta que a sua TV não apanha a TVI!

Bruno Ferreira